quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Experiências e valores!


Nesse post, eu vou abordar com vocês a importância de ter ao lado, pessoas com experiências de vida parecidas com a nossa. Há algum tempo atrás eu praticamente não falava sobre minha limitação (distrofia muscular), tinha vergonha, medo, sentimentos desse tipo. Hoje posso dizer que isso já passou, falar é muito bom, pois além de você expor o que sente, pode passar experiências de vida para outras pessoas. Conheci pessoas maravilhosas, com experiências incríveis, e nós chegamos à conclusão de que se nos unirmos na busca de informações tudo fica mais fácil e leve.

Vou colocar uma história muito legal, espero que gostem, ele foi uma das inspirações na criação do nosso blog, o nosso amigo Alessandro Ribeiro Fernandes.
“Quando fiquei paraplégico em julho de 2006, um mundo totalmente novo se impunha em minha vida. Eu não tinha a opção de não viver aquela condição, que uma lesão medular me obrigava a descobrir. Antes dela, que foi causada por um acidente de moto, minha vida era extremamente ativa e movimentada.
Eu morava em Florianópolis, para onde me mudei com o objetivo de fazer mestrado em finanças, um sonho antigo que eu havia conseguido realizar. Eu tinha 32 anos e estava só estudando, voltando a uma vida que eu soube curtir muito na graduação: a de estudante. Depois das aulas e do estudo eu ia para bares, festas, e nos fins de semana para boates. Ia para a universidade de bicicleta, com a qual fazia trilhas nos fins de semana. Conheci um grupo de trekking, outro esporte que iniciei nesta época.
Alessandro criou o Blog para ajudar pessoas que
 passam pela mesma dificuldade enfrentada por ele
E, de repente, nas primeiras férias do mestrado, vim para Minas Gerais ver os pais e amigos, e no fim das férias sofri o fatídico acidente que me deixou paraplégico. Me vi paralisado do peito para baixo em uma cama de hospital sem perspectivas de voltar a andar. Nem de voltar para Floripa, nem para o mestrado, nem para os amigos que deixei na ilha. Qualquer pessoa normal se desespera em uma situação dessas, mas devido ao meu otimismo e bom humor, não me deixei abater. Percebi que não havia nada que eu pudesse fazer, a não ser aprender a lidar com aquela nova situação.
A primeira coisa que me veio à mente foi a internet. Muitos diziam, e ainda dizem, que se encontra de tudo por lá. Mas em 2006 ainda não era bem assim. Informações técnicas, estudos acadêmicos, recomendações médicas, isso eu encontrei. Mas dicas sobre o dia a dia, relatos de pessoas que estavam na mesma situação e recomendações para não entrar cair em armadilhas que o mundo nos impõe, isto eu não achei. Tive que me virar sozinho e descobrir que muita coisa precisava ser feita para que um cadeirante vivesse bem e com dignidade na sociedade moderna.
Depois de dar muita cabeçada e sofrer com a falta de estrutura que há nas cidades, resolvi criar um blog em 2009. Na época já haviam algumas iniciativas parecidas, outros cadeirantes e deficientes começavam a contar suas histórias, e descobri aí uma fonte muito rica de informações e contatos para que busquemos nossos direitos e formas de viver melhor com uma deficiência. Fiz bons amigos pela grande rede, fui ajudado e ajudei muita gente que, assim como eu, estava descobrindo um mundo novo, com limitações e peculiaridades que a grande maioria das pessoas desconhece completamente.
Hoje percebo a importância dos blogs nos depoimentos que recebo de pessoas que estavam perdidas e se encontraram nos meus relatos e dicas, e puderam se preparar para viver da melhor forma possível, contornando os enormes obstáculos que há quando as limitações aparecem em nossa vida sem aviso. E, principalmente, sem manual de instruções.
(*) Alessandro Ribeiro Fernandes, coordena o Blog do Cadeirante.


Portanto, expor, trocar ideias com pessoas, tendo elas deficiências ou não, acrescentam muito para qualquer individuo. Tiveram pessoas que nem imaginam que me ajudaram demais. Vou até contar uma breve história para vocês, uma vez, eu fui á um salão de beleza, fazer um tratamento no meu cabelo, na época eu não falava sobre o assunto, aliás, fingia que nada acontecia, que estava tudo normal. Foi então, que o cabeleireiro me perguntou o que eu tinha, e nunca ninguém havia me perguntado antes, na hora fiquei sem saber o que falar, porém tudo saiu de maneira espontânea e leve, ou seja, foi o pontapé inicial que eu nem sabia que estava acontecendo. Contei a ele minha historia, e ele achou natural, inclusive, me incentivou a procurar tratamento, médicos e etc. Foi então que eu passei a olhar pra mim e ver a real situação, e isso foi maravilhoso, me aceitei, e me valorizei da maneira que eu sou. Uma mulher batalhadora, sonhadora, guerreira e que sabe o que quer da vida. E que venham novas pessoas, novas experiências, a serem vividas, é isso que esperamos. Até breve! Beijos

6 comentários:

  1. Adorei o post amiga. Fala bem da importância da troca de experiências e que se mostrar aberto ao novo só faz bem. Parabéns amiga!!!

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    1. Obrigada Wi...Você esta ai dentro dessas experiências todas! Te amo!!!Beijos

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  2. Perfeito Post!!!! Troca de experiência é sempre bom, sempre rico!! Adorei!!

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  3. Gostei bastante.É com essas experiências que ajudamos uns aos outros.Bjss...Adelaide

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